“Varejo Estagnado em Junho devido a Crédito Caro e Endividamento Familiar Elevado”
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 9, revelam que o comércio varejista ficou estagnado (0,0%) em junho.
Metade das atividades apresentou crescimento, enquanto a outra metade registrou perdas.
No entanto, esse resultado foi melhor do que o esperado pelos analistas do mercado financeiro, que previam uma queda média de 0,2%.
Há uma notável heterogeneidade no desempenho do varejo, destacou João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da gestora de recursos Kínitro Capital.
Ele apontou que as atividades varejistas mais dependentes da renda mostram sinais de recuperação, ao passo que aquelas relacionadas ao crédito e a bens não essenciais apresentam uma dinâmica mais fraca. Isso reflete as condições financeiras apertadas e o alto endividamento das famílias.
Apesar dessa estagnação, Savignon mencionou que as perspectivas para o comércio ao longo do ano ainda são desafiadoras.
Ele listou fatores limitadores, como taxas de juros elevadas e alto endividamento das famílias, mas também destacou elementos que podem mitigar esses impactos, como a desinflação, especialmente em alimentos e bens industriais, e o mercado de trabalho.
As atividades que registraram quedas em junho incluem equipamentos de informática e comunicação (-3,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%), artigos farmacêuticos e perfumaria (-0,7%) e combustíveis (-0,6%).
Por outro lado, houve expansão em vestuário e calçados (1,4%), supermercados (1,3%), livros e papelaria (1,2%) e móveis e eletrodomésticos (0,8%).
No geral, após três meses sem crescimento, o volume vendido pelo varejo diminuiu 0,2% no segundo trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior.
Isso representa uma queda significativa em relação à expansão de 1,9% no primeiro trimestre deste ano.
A falta de dinamismo é atribuída ao acesso mais restrito ao crédito devido às altas taxas de juros. Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE, explicou que essa limitação tem contido o crescimento do varejo nos últimos meses.
Além disso, o fechamento de lojas de grandes redes varejistas, principalmente em segmentos como artigos de uso pessoal e doméstico, vestuário, calçados, móveis e eletrodomésticos, também tem impactado negativamente o setor.
O fenômeno é atribuído a questões contábeis.
Em contraste, o setor de supermercados se beneficiou da queda nos preços dos alimentos, e o programa governamental de incentivos para a compra de carros populares impulsionou as vendas de veículos.
O comércio varejista ampliado, que inclui atividades como veículos, material de construção e atacado alimentício, cresceu 1,2% em junho em relação a maio.
As vendas de veículos tiveram um aumento de 8,5% no período.
Embora esse fenômeno tenha uma abrangência mais ampla, ele também está ligado à pessoa física, graças aos descontos incentivados pelo governo.
O programa fez as vendas de veículos superarem os níveis pré-pandemia pela primeira vez desde o início da crise, com um aumento de 4,3% em relação a fevereiro de 2020.
No segundo trimestre, as vendas do varejo ampliado cresceram 1,7% em relação ao primeiro trimestre. Apesar disso, Claudia Moreno, economista do C6 Bank, acredita que o comércio continuará a um ritmo lento até o final do ano, devido às taxas de juros elevadas e à desaceleração global.
O C6 Bank projeta um crescimento próximo a 6,5% no varejo ampliado em relação a 2022 e um aumento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, seguido por um crescimento de 1% em 2024.
Foto: internet
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