Como a guerra entre Israel x Hamas pode afetar a economia do Brasil
A guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, que já deixou centenas de mortos e feridos, tem gerado preocupação no mundo todo, inclusive no Brasil.
Embora o conflito seja localizado em uma região distante, ele pode ter efeitos indiretos sobre a economia brasileira, principalmente através do preço do petróleo, do dólar e da inflação.
O petróleo é um dos principais produtos negociados no mercado internacional e sua cotação é sensível a qualquer instabilidade geopolítica que possa afetar a oferta ou a demanda da commodity.
O Oriente Médio é uma das regiões mais importantes para a produção de petróleo e qualquer ameaça à sua segurança pode provocar uma alta nos preços.
Isso já vem acontecendo desde o início da guerra, em outubro de 2023. O barril do petróleo tipo Brent, referência para o mercado global, chegou a ser negociado acima dos US$ 85, o maior valor desde 2018. O petróleo tipo WTI, referência para o mercado americano, também subiu e se aproximou dos US$ 80.
Essa alta do petróleo tem impacto direto sobre os preços dos combustíveis no Brasil, que seguem a paridade internacional.
A Petrobras já anunciou dois reajustes na gasolina e no diesel desde o início do conflito, elevando os preços nas refinarias em cerca de 10%.
Esses aumentos tendem a ser repassados aos consumidores finais, afetando o custo de transporte e a inflação.
A gasolina compromete cerca de 5% do orçamento das famílias brasileiras, segundo o Ibre-FGV. Isso significa que, para cada 1% de aumento da gasolina, o impacto na inflação ao consumidor é de 0,05 ponto percentual. Então um aumento de 5% na bomba, por exemplo, representaria um aumento na inflação de 0,25 ponto.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial brasileira, chegou a 5% no acumulado de 12 meses até setembro, registrando o segundo mês de aceleração.
A meta de inflação para 2023 é de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Se a inflação continuar subindo, o Banco Central pode ter que elevar ainda mais a taxa básica de juros (Selic), que já está em 9% ao ano.
Outro efeito da guerra é sobre o câmbio. O dólar tende a se valorizar em momentos de incerteza internacional, pois os investidores buscam ativos mais seguros e líquidos.
O dólar já chegou a R$ 5,17 nesta segunda-feira (9/10), o maior valor desde junho. Um dólar mais alto encarece as importações e também contribui para a inflação.
Além disso, o cenário externo pode manter os juros altos nos Estados Unidos por mais tempo. O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vem sinalizando que pode começar a reduzir os estímulos monetários que foram adotados durante a pandemia. Isso pode atrair recursos que hoje estão aplicados em países emergentes como o Brasil.
Tudo isso adiciona pressão para um 2024 que já deve ser desafiador para a economia brasileira, em meio aos possíveis efeitos do El Niño sobre a próxima safra agrícola e às incertezas nas contas públicas nacionais.
Por isso, é importante que o governo faça o dever de casa e avance com as reformas estruturais que podem melhorar a confiança dos agentes econômicos e reduzir as vulnerabilidades externas.
Foto: internet
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