Aumento significativo de empresas brasileiras em risco de calote, revela Fitch
Legenda: Número de companhias com risco de calote mais que dobrou em cinco meses, de acordo com a Fitch Ratings.
Nos últimos cinco meses, houve um aumento expressivo no número de empresas brasileiras de capital aberto que foram rebaixadas para o nível de risco de calote pela agência de classificação de risco Fitch Ratings, revelou um relatório recente.
De acordo com os dados obtidos, o número de companhias cujo IDP (Rating de Inadimplência do Emissor, na sigla em inglês) foi rebaixado para um nível que representa algum risco de crédito passou de quatro para dez.
Segundo a Fitch, a partir da classificação “CCC”, a empresa já possui um risco substancial de crédito, indicando uma possibilidade real de calote e margem de segurança reduzida. As classificações abaixo de “CCC” incluem “CC”, “C”, “RD” e “D”.
A agência não divulgou os motivos específicos para o aumento abrupto no número de empresas brasileiras em risco de calote, nem revelou quais empresas foram rebaixadas. No entanto, sabe-se que a Americanas faz parte dessa estatística.
Dois dias após a crise desencadeada na varejista devido a uma denúncia de manobra contábil, resultando em um rombo de R$ 20 bilhões na empresa, a Fitch rebaixou a classificação da Americanas de “BB” (alto risco de calote) para “CC” (inadimplência provável em alguma medida). Posteriormente, a classificação da Americanas foi rebaixada para “C” e, por fim, para “D”, indicando que a empresa está oficialmente inadimplente após entrar com um pedido de recuperação judicial.
A Light também teve sua classificação rebaixada para a zona de risco de calote em fevereiro, quando a empresa anunciou a contratação da Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital diante de um mercado de crédito mais restritivo devido à inadimplência da Americanas.
De acordo com a Fitch, a combinação desses eventos resultou em uma redução significativa na capacidade do grupo de obter financiamento para pagar sua dívida. Após repetidos rebaixamentos, a agência classificou a Light como “D”, após a aprovação do pedido de recuperação judicial da companhia.
É importante ressaltar que, em dezembro de 2022, nenhuma empresa brasileira tinha a classificação “D” pela Fitch. Agora, três empresas se encontram nessa situação.
Foto: internet
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