Retomada do Financiamento Automotivo Impulsiona Setor com Produção em Alta e Inadimplência em Queda
O financiamento automotivo no Brasil vem ganhando força, impulsionado pela retomada da produção das montadoras e pela melhora no perfil de crédito dos consumidores.
De acordo com dados do Banco Central, em junho deste ano, a concessão de financiamentos automotivos atingiu R$ 16,8 bilhões, um aumento de 32,5% em relação ao mesmo mês de 2022, quando os primeiros sinais de recuperação começaram a aparecer.
Além do aumento na concessão de crédito, a inadimplência também apresentou uma queda significativa, passando de 5,5% para 4,5% no último ano.
Esse cenário positivo reflete o crescimento dos emplacamentos de veículos novos, que subiram 15,6% no primeiro semestre de 2024, segundo a Fenabrave.
As vendas de seminovos e usados também acompanharam essa tendência, registrando um aumento de 9,6% no mesmo período.
A reativação do mercado automobilístico teve um impacto direto nas carteiras de crédito dos bancos, que voltaram a mostrar apetite por linhas de maior risco.
Segundo Cezar Janikian, diretor da Santander Financiamentos, essa mudança se deve à maior agressividade comercial das montadoras, que começou a se intensificar no final de 2023.
A dinâmica das vendas no primeiro semestre de 2024 também surpreendeu o mercado.
Tradicionalmente, a sazonalidade favorece a segunda metade do ano, mas neste ano, o primeiro semestre já registrou números robustos.
No Santander, por exemplo, foram liberados R$ 26,5 bilhões em financiamentos, enquanto o BV, líder em financiamento de veículos leves usados, atingiu R$ 13,6 bilhões.
O mercado de veículos usados continua forte, com a venda de cinco usados para cada carro novo emplacado.
Essa proporção pode se estabilizar em um para quatro com a normalização da produção das montadoras, embora o preço médio dos veículos novos continue a subir, impulsionado pelos custos atrelados ao dólar.
A crescente preferência por financiamentos também é um fator importante.
No primeiro semestre, 49% dos veículos foram financiados, a maior porcentagem em quatro anos.
Isso reflete uma mudança nos hábitos dos consumidores, que estão preferindo financiar seus veículos em vez de pagar à vista.
O prazo médio dos financiamentos agora é de 48 meses, uma mudança em relação aos parcelamentos longos de até 96 meses, comuns no início dos anos 2010.
A taxa média anual dos financiamentos, embora tenha caído para 25,5% em junho, ainda é influenciada pelos juros futuros, o que impede um barateamento maior das operações.
Com o fortalecimento do financiamento automotivo e a estabilização da produção, o setor se mostra resiliente, adaptando-se às novas condições econômicas e às demandas do mercado.
FOTO: INTERNET
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