Reflexões sobre Tecnologia Automotiva: Entre Avanços e Retrocessos
Tendo estado por aí desde o início da era do automóvel, sempre admiramos todas as melhorias para o mundo dos carros.
Mas sejamos honestos: nem todo avanço tecnológico pode ser descrito como genuinamente útil.
De fato, muitos ficam de lado quando suas desvantagens se tornam mais aparentes e eles são silenciosamente esquecidos.
Perguntamos ao nosso time sobre as maiores falhas em tecnologia do passado e do presente.
Você pode não concordar com todos os nossos julgamentos, mas você não perde nada em ver o que temos a dizer.
Câmbios Automatizados: A Promessa Não Cumprida
Quando foram apresentados no Brasil pela primeira vez, em um Congresso da SAE no fim dos anos 1990, os câmbios automatizados pareciam uma boa promessa.
Eram sistemas que automatizavam todo o processo de trocas de marchas com a promessa de acréscimo baixo de preço.
Eles custariam um quinto do valor de câmbios automáticos. Mas deu tudo errado.
Os primeiros automatizados de embreagem simples chegaram ao mercado quase pelo preço dos automáticos comuns.
E tinham comportamento muito pior, com uma sensação ruim de “carro solto” entre as trocas, trocas lentas e trancos.
Para deixar tudo mais complicado, os automáticos, convencionais e CVT, passaram a custar menos devido à demanda, o que tornou o apelo de preço dos automatizados inexistente.
Eles caminharam para uma morte silenciosa – e merecida.
Travas Elétricas: Segurança em Risco
Só quem já teve um fusível das travas elétricas queimado sabe o quanto pinos de travamento das portas fazem falta.
Especialmente à noite ou em locais perigosos.
Os projetos que os eliminaram, concebidos para países sem grandes problemas de violência, fazem todo o sentido do ponto de vista de custo.
Afinal, para que ter peças a mais se um mero botão no painel dá conta de tudo?
Em lugares perigosos, porém, a falta de um modo manual de travar as portas dá calafrios quando algum problema elétrico impede que elas sejam trancadas. Incorporar as travas às maçanetas é uma solução muito melhor para economizar.
Night Vision: Luzes Que Não Iluminam o Caminho
Cerca de uma década atrás, o comediante britânico e jornalista automotivo Alexei Sayle testou um Mercedes-Benz Classe S, o primeiro carro que ele dirigiu com o Night Vision.
O sistema mostrava uma visão infravermelha da estrada à frente do painel, em teoria destacando os perigos antes que ele pudesse realmente vê-los.
Mas ele não conseguia ver o objetivo disso, e eu também acrescentaria que quase sempre é melhor manter os olhos na estrada do que no painel, em última análise.
Controle por Gestos: Uma Solução em Busca de um Problema
Um caso acontecido com um de nossos jornalistas mostra bem o quanto a tecnologia pode ser inconveniente.
Ele resolveu fazer uma viagem e alugou um BMW Série 5 2017 (G30) logo que o carro foi lançado no Reino Unido.
Acompanhado de um velho amigo, ele ficou surpreso ao ver o volume da música aumentar ou diminuir quando ele gesticulava.
Na volta, inconformado, ele reclamava sobre não ver a vantagem de girar as mãos no ar em vez de apenas girar um botão no painel ou mesmo no volante.
Ou de lidar com a tela sensível ao toque. Comandos por voz ajudam, mas também podem apresentar problemas parecidos, quando o assistente virtual acha que você pede algo enquanto está apenas cantando ou conversando com outros ocupantes do veículo.
Por enquanto, pelo menos, o controle por gestos parece ser uma solução em busca de um problema.
Freios de Estacionamento Eletrônicos: Um Retrocesso na Confiança
Estamos lutando uma batalha perdida com essa tecnologia.
O freio de estacionamento eletrônico está se tornando padrão em quase todos os lugares.
Mas o que há de errado com uma boa alavanca antiquada no console central (ou ocasionalmente no lado de fora do assento do motorista), como costumávamos ter?
A desculpa é que um botão de freio eletrônico libera espaço na cabine, para que os fabricantes de automóveis possam inserir um porta-copos aquecido extra, ou um trackpad para o sistema de infoentretenimento.
A verdade é que ele é mais barato que o sistema convencional por se aproveitar da eletrônica que o carro já possui para frear o veículo quando ele está estacionado.
O problema é que, em muitos casos, o freio de estacionamento eletrônico é visivelmente menos confiável do que seu antecessor mecânico.
Pinças problemáticas são uma ocorrência comum.
Não só isso, mas a nova tecnologia desencoraja os motoristas de aplicarem o freio de mão ao pararem apenas brevemente.
Eles preferem usar o pedal dos freios, muitas vezes ofuscando os ocupantes do carro imediatamente atrás.
Algo que, temos de admitir, eles provavelmente fariam com um freio de mão convencional de qualquer maneira.
Conclusão
Essas são apenas algumas das tecnologias automotivas que, apesar de seus conceitos inovadores, não conseguiram cumprir suas promessas ou enfrentaram sérios problemas de implementação.
Enquanto avançamos para um futuro cada vez mais tecnológico no mundo dos carros, é importante refletir sobre o verdadeiro valor e impacto dessas inovações antes de aceitá-las cegamente.
Afinal, nem sempre o mais novo é necessariamente o melhor.
Foto: internet
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