Montadoras Pressionam por Antecipação de Imposto Maior para Carro Elétrico Importado
As montadoras estão pressionando o governo para antecipar a aplicação do imposto de importação de 35% sobre carros elétricos, dois anos antes do cronograma original.
Desde janeiro, os carros híbridos e elétricos voltaram a pagar imposto de importação no Brasil de forma gradual, com a alíquota atingindo 35% em julho de 2026.
No entanto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) quer que essa taxa seja aplicada o quanto antes.
No Seminário AutoData Revisões das Perspectivas 2024, o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, afirmou: “Continuamos reféns das importações.
Elas atacam a nossa competitividade, agora e no futuro. Se o Brasil quiser ser um grande competidor, precisamos analisar as importações com viés de preocupação.
Este volume crescente hoje é um risco para nossa indústria”. Atualmente, os elétricos pagam 10% de tarifa e os híbridos, 12%.
A partir da próxima segunda-feira, a taxa será de 18% para elétricos, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos sem recarga externa.
No Brasil, não há produção nacional de carros elétricos.
A Toyota é a única fabricante de veículos híbridos no país, com os modelos Corolla e Corolla Cross. Mesmo com investimentos de quase R$ 80 bilhões anunciados para 2024, ainda levará tempo até que outras fabricantes lancem modelos eletrificados produzidos localmente.
A Stellantis planeja lançar versões micro-híbridas ainda este ano, mas a tecnologia é menos complexa e eficiente.
A Volkswagen e a Renault devem lançar seus modelos apenas em 2027, enquanto a Honda trará seu sistema híbrido flex em 2025-2026. A Chevrolet também planeja lançar híbridos, mas sem um prazo definido.
Enquanto isso, as fabricantes chinesas estão se beneficiando das condições favoráveis para importação.
A GWM promete iniciar a montagem do SUV híbrido Haval H6 ainda este ano em Iracemápolis (SP), e a BYD, que comprou a fábrica da Ford em Camaçari (BA), começará a produção com quatro produtos.
Em contrapartida, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) defende que o aumento dos impostos seja gradual.
Em nota, a Abeifa argumenta que “medidas protecionistas são ineficazes e prejudiciais”.
A entidade ressalta que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil e que a abertura do mercado nos anos 1990 foi crucial para o desenvolvimento do parque industrial atual.
Reflexo da Europa e EUA
A pressão da Anfavea segue uma tendência global.
Em maio, os EUA anunciaram um aumento de 25% para 100% no imposto para veículos feitos na China.
Recentemente, a União Europeia também aumentou a alíquota de importação de veículos elétricos chineses em quase cinco vezes, alegando subsídios governamentais injustos na cadeia de produção chinesa.
Diferente do Brasil, tanto os EUA quanto a Europa já possuem uma produção local mais estabelecida de veículos híbridos e elétricos.
FOTO: INTERNET
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