Inadimplência do Consumidor Aumenta em Janeiro Após Dois Meses de Queda
Em janeiro deste ano, registrou-se um aumento no número de consumidores inadimplentes no país, marcando uma reversão após dois meses consecutivos de queda, de acordo com um levantamento conduzido pela Serasa.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o número de inadimplentes também cresceu, passando de 70,09 milhões para 72,07 milhões de pessoas em janeiro deste ano.
O estudo revelou que os principais motivos para a inadimplência em 2022 e 2023 foram o desemprego e a redução na renda.
O desemprego foi citado por 29% dos endividados em 2022 e por 22% em 2023, enquanto a redução de renda foi mencionada por 12% e 20% dos inadimplentes, respectivamente, nos mesmos anos.
O cartão de crédito permanece como a principal fonte de dívida entre os inadimplentes desde 2018 até 2023, representando a principal dívida para 55% dos endividados no ano passado.
Sete em cada dez brasileiros costumam parcelar suas compras, sendo a maioria (27%) por não ter o valor total para pagamento à vista.
A pesquisa também identificou que apenas 11% das mulheres das classes C, D e E, e 16% das mulheres das classes A e B, afirmaram estar satisfeitas em relação às finanças pessoais.
Considerando homens e mulheres, 12% das faixas C, D e E, e 17% das faixas A e B disseram estar satisfeitos com a vida financeira.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, destaca que enfrentar o problema da inadimplência de forma abrangente e sustentável requer medidas como combate ao desemprego e à informalidade, educação financeira, microcrédito e crédito consciente e proteção do consumidor.
Por meio de políticas públicas que gerem empregos e formalizem o mercado de trabalho, a renda das famílias pode aumentar, reduzindo a inadimplência.
Implementar programas abrangentes e acessíveis de educação financeira para conscientizar a população sobre o uso consciente do crédito, planejamento financeiro e gestão de recursos é crucial.
No entanto, é importante ressaltar que o problema da inadimplência não está apenas na falta de educação financeira, mas também na baixa renda da população, aliada às altas taxas de juros.
Medidas como ampliar o acesso ao microcrédito e fomentar o crédito responsável, junto com a proteção do consumidor contra práticas abusivas de crédito e cobrança, podem auxiliar na inclusão financeira e na recuperação de crédito.
Atualmente, o Programa Desenrola Brasil, do Ministério da Fazenda, está promovendo um mutirão de renegociação de dívidas, oferecendo oportunidades de negociação tanto presencialmente quanto online. Mais de 700 empresas participam desse mutirão, oferecendo descontos de até 96%, visando ajudar os consumidores a resolverem suas dívidas de forma acessível e eficaz.
Foto: internet
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