BYD inicia montagem de carros elétricos na Bahia: quem ganha, quem perde?
A gigante chinesa BYD oficializou o início da montagem de veículos elétricos em Camaçari, Bahia, aproveitando a estrutura abandonada pela Ford.
O anúncio veio embalado por números vistosos: meta de 50 000 unidades até dezembro e promessa de até 20 000 empregos diretos e indiretos.
Para muitos, isso soa como progresso verde, geração de empregos e avanço tecnológico.
Na prática, o buraco é mais embaixo.
CKD: o “made in Brazil” que não é bem assim
A BYD vai operar num modelo CKD (Completely Knocked Down) — ou seja, traz os carros semi-desmontados da China, faz a montagem final aqui e dribla tarifas de importação. É um arranjo antigo, usado por montadoras para baratear custos sem de fato industrializar o país.
Na propaganda oficial, isso é “produção local”. Na realidade, é importação disfarçada
— a indústria nacional de autopeças, que já sangra há anos, vê pouco ou nenhum ganho.
Fica com os empregos de montagem, de baixa complexidade técnica, enquanto toda a cadeia de valor segue lá fora.
Indústria nacional: cadê o incentivo de verdade?
A reação do setor automotivo brasileiro é previsível: concorrência desigual. Montadoras que fabricam do zero enfrentam carga tributária alta, custos trabalhistas e pouca previsibilidade.
Já a BYD encaixa-se no vácuo regulatório e surfa na narrativa de sustentabilidade.
A pergunta incômoda: vale abrir mão da indústria local em troca de números fáceis?
Sem política industrial séria, seremos apenas montadores eternos de kits prontos.
Trabalhadores: esperança e incerteza
Os empregos são bem-vindos, claro. A Bahia sofreu duro com o fechamento da Ford.
Mas há denúncias trabalhistas envolvendo fornecedores da BYD, na Ásia e na África.
Aqui, sindicatos já cobram garantias de direitos e salários dignos. Será que a montadora vai cumprir?
Carro elétrico não é milagre
Tem também o aspecto ambiental: veículos elétricos não poluem no escapamento, mas consomem energia de matriz que no Brasil ainda é parcialmente fóssil, além de exigir mineração de lítio e outros metais.
Sustentabilidade exige olhar o ciclo inteiro — não só o adesivo “Zero Emission” na traseira.
Resumo crítico
✅ Ponto positivo:
-
Empregos imediatos em uma região carente.
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Incentivo à mobilidade elétrica no mercado nacional.
❌ Ponto de atenção:
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Baixo conteúdo nacional.
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Concorrência desleal com quem produz de verdade no Brasil.
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Nenhuma garantia de longo prazo para a cadeia produtiva.
Conclusão
A chegada da BYD à Bahia é uma boa manchete, mas revela uma velha receita: país vira montadora, não fabricante.
Sem exigir contrapartidas robustas — conteúdo local real, transferência de tecnologia, pesquisa & desenvolvimento — ficamos só com a parte fácil: montar e bater palma.
Se for para virar colônia de kits CKD, melhor repensar o que é “desenvolvimento sustentável” antes de pendurar a faixa de inauguração.
FOTO: INTERNET
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