A Black Friday de 2023 marcou um momento agitado para o varejo eletrônico brasileiro, e os números divulgados pela AppsFlyer destacam a força dos aplicativos como canal de compra, registrando um aumento de 12% em comparação ao ano anterior.
O Brasil se destaca internacionalmente, liderando as vendas por meio de aplicativos de janeiro até agora, superando países como Estados Unidos e França.
Contudo, ao analisar o balanço geral da Black Friday, observa-se uma mudança de perspectiva:
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Lojas Físicas Voltam a ser Competitivas:
- Segundo o relatório Confi.Neotrust, o comércio eletrônico brasileiro registrou uma queda de 15% no faturamento em relação a 2022, totalizando R$ 5,2 bilhões em vendas.
- O ticket médio foi de R$ 636,66 (+1,7%), indicando que, com o fim das restrições devido à pandemia, as lojas físicas reconquistaram espaço na competição pelo dinheiro dos consumidores.
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‘Esquenta Black Friday’ Impactou as Promoções:
- Campanhas de ofertas durante todo o mês de novembro podem ter prejudicado o desempenho do dia oficial da Black Friday, que teve queda de 16% no número de pedidos e 18% no faturamento.
- Compras na quinta-feira cresceram 19,8% em comparação a 2022, mas o ritmo não se manteve na sexta-feira, afetando os resultados gerais.
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Consumidor Mais Crítico:
- Dados mostram que o consumidor brasileiro está mais criterioso, monitorando preços e avaliando o real benefício das ofertas. Em 2022, 46,5% dos produtos sem desconto foram adquiridos na Black Friday, enquanto em 2023 esse número caiu para 43,5%.
- Itens com desconto entre 20% e 39% foram os mais destacados, com eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia, moda, acessórios e móveis liderando as categorias.
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Cenário Econômico Desafiador:
- A baixa performance da Black Friday também é atribuída ao cenário econômico, com famílias enfrentando altos níveis de endividamento e taxas de juros elevadas, impactando o poder de compra e a disposição para consumir sem planejamento.
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Consumidor Mais Educado Financeiramente:
- O professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Kanter, destaca a necessidade de educar o consumidor brasileiro para garantir resultados positivos nas vendas da Black Friday ano após ano, enfatizando a importância da conexão emocional além das ofertas.
Em resumo, enquanto as compras por meio de aplicativos continuam a crescer, outros fatores, como a volta das lojas físicas à competitividade, estratégias de promoções ao longo do mês e a crescente conscientização do consumidor, moldaram o cenário complexo da Black Friday 2023.
O desafio para o varejo em 2024 será adaptar-se a essas tendências e proporcionar experiências de compra significativas.
Foto: internet