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A Matemática da felicidade: até que ponto o dinheiro influencia?

A Matemática da felicidade: até que ponto o dinheiro influencia?

Embora muitos acreditem que mais dinheiro signifique mais felicidade, a verdade é que, depois que as necessidades básicas são atendidas, a relação entre dinheiro e felicidade pode ser surpreendente.

Nossa conexão emocional com a renda, dívidas e perdas financeiras é complexa e cheia de nuances. É inegável que o dinheiro tem um grande poder e pode influenciar as decisões e ações das pessoas, e é uma forma eficaz de resolver problemas, principalmente em tempos de crise.

No entanto, segundo Jan-Emmanuel De Neve, professor de Economia e Ciências Comportamentais da Universidade de Oxford, o dinheiro é “um facilitador para que as pessoas vivam uma vida decente”. A partir de um certo ponto, o dinheiro tem um impacto cada vez menor na felicidade, o que significa que outras coisas, como relacionamentos interpessoais, realização pessoal e senso de propósito, podem ter um efeito maior na felicidade do que o dinheiro em si.

Estudos mostram que o dinheiro pode trazer felicidade até certo ponto. Um estudo de 2010, liderado pelo economista Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel, revelou que um aumento na renda até US$ 75.000 por ano estava associado a um aumento na satisfação com a vida, mas acima desse ponto, não havia um aumento significativo na satisfação com a vida.

A fórmula para a felicidade, portanto, não é simplesmente ganhar mais dinheiro. É preciso encontrar um equilíbrio entre as finanças pessoais e outros aspectos importantes da vida, como relacionamentos, propósito e bem-estar emocional. O dinheiro é importante, mas a felicidade é mais do que isso.

Como o dinheiro afeta a felicidade? Estudos apontam que ter mais dinheiro faz menos diferença na medida em que as pessoas ficam mais ricas.

De acordo com especialistas, a relação entre renda e felicidade é “logarítmica”. Um aumento significativo na renda pode trazer felicidade, mas a medida que a renda aumenta, a felicidade adicional diminui. Por exemplo, se uma pessoa passa de R$ 8.000 para R$ 16.000 de renda mensal, é provável que se sinta muito feliz. No entanto, para obter o mesmo nível de aumento de felicidade novamente, essa pessoa precisaria dobrar sua renda para R$ 32.000. E para continuar sentindo o mesmo aumento de felicidade, a pessoa precisaria dobrar sua renda novamente, atingindo R$ 64.000, e assim por diante. Em outras palavras, a felicidade adicional que o dinheiro pode proporcionar diminui à medida que a renda aumenta.

Existe um teto para a relação entre dinheiro e felicidade, aponta pesquisa

Apesar da relação logarítmica entre dinheiro e felicidade, estudos recentes apontam que há um limite para essa relação. Segundo pesquisas, dobrar o salário traz um aumento significativo na felicidade, mas depois de um certo limite, esse efeito se torna cada vez menos perceptível. No Reino Unido, por exemplo, esse limite tende a ser em torno de R$ 64 mil. A partir desse ponto, não há uma relação estatisticamente significativa entre ter mais dinheiro e mais satisfação com a vida, o que indica que a felicidade não pode ser comprada facilmente.

A importância do dinheiro para a felicidade é limitada e relacionada principalmente à satisfação das necessidades básicas. Além disso, fatores não relacionados ao dinheiro, como cultivar boas relações, ter autonomia e fazer parte de algo maior do que nós mesmos, também contribuem significativamente para o bem-estar das pessoas.
 
Viver em uma sociedade mais igualitária também é um fator importante para o nível de satisfação geral da população, como sugerido pelos países escandinavos que frequentemente ocupam os primeiros lugares nos rankings de bem-estar. Além disso, a aversão à perda de dinheiro é maior do que o prazer de ganhá-lo, como medido em estudos sobre economia comportamental.
 
FOTO:GETTY IMAGES
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