99 investe R$ 2 bi no Brasil para expandir o 99Food: conquistas, desafios e o que esperar do setor de delivery

A 99 anunciou nesta segunda-feira (15 de setembro de 2025) um aporte de R$ 2 bilhões para acelerar sua operação de entrega de comida, o 99Food, até junho de 2026.

A iniciativa, feita após reunião entre executivos da DiDi (controladora da 99) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marca a retomada agressiva da empresa num mercado nacional dominado por gigantes como o iFood.

Atualmente, o serviço está ativo em São Paulo e Goiânia, mas com o novo investimento a meta é expandir para 15 cidades até o fim de 2025, e para 20 cidades até janeiro de 2026.

PUPLICIDADE

Item	Detalhe
Valor total do investimento	R$ 2 bilhões até junho de 2026.
Cidades envolvidas	Goiânia e São Paulo operam atualmente; expansão prevista para 15 cidades até final de 2025; 20 cidades até janeiro de 2026.
Destino dos recursos	Infraestrutura para entregadores, pontos de apoio, melhorias operacionais, presença de mercado, suporte a restaurantes.
Benefícios previstos para entregadores	Pontos de apoio (descanso, banheiro, água), possibilidade de crédito ou locação de veículos elétricos (motos / bicicletas) para entregadores.

Contexto do mercado

O mercado de delivery no Brasil é altamente competitivo: o iFood ainda é o player dominante, com enormes fatias de mercado, sendo referência de uso por consumidores e restaurantes.
Em 2022, a 99Food chegou a fechar as operações no Brasil, mas com esse novo plano a empresa busca recuperar terreno.
Pressão sobre taxas cobradas de restaurantes, condições dos entregadores, e expectativas de melhores padrões de serviço e remuneração estão cada vez mais fortes. Modelos alternativos de delivery (menos taxas, mais apoio) ganham apelo. A 99 tenta usar essa via para diferenciar sua oferta.

Possíveis impactos e implicações

Para o consumidor

Maior número de cidades com serviço de delivery 99Food poderá gerar mais concorrência, o que pode resultar em taxas menores, promoções, melhor qualidade de entrega e opções mais variadas.
A disponibilidade de cupons, frete grátis e preço de cardápio realista são medidas que a 99 já está utilizando em São Paulo e outras regiões, para atrair consumidores.

Para restaurantes

Restaurantes participantes poderão se beneficiar com alternativa à plataformas dominantes — com possibilidade de taxas mais baixas ou condições mais vantajosas no início da operação.
A expansão exige que restaurantes se adaptem (logística de entrega, padronização, atendimento, qualidade) e avaliem bem os custos operacionais — nem sempre uma nova plataforma significa lucro imediato, dado o custo de entrega, embalagens, comissões.

Para entregadores

Os pontos de apoio prometidos — locais para descanso, água, banheiros — são um diferencial importante que pode melhorar condições de trabalho.
O apoio para aquisição ou locação de veículos elétricos ou bicicletas elétricas pode reduzir custos operacionais (combustível, manutenção), além de impactos ambientais.
Porém, há incertezas: rendimento, volume de corridas, taxas por entrega, desafios logísticos podem afetar significativamente o ganho líquido, especialmente em cidades com distâncias maiores, trânsito ou menor densidade urbana.

Limitações e riscos

Entrada tardia em cidades novas pode encarar desafios: infraestrutura de entregas, aceitação do público, fidelização ao serviço.
Competição intensa — não só com iFood, mas com plataformas menores, regionais ou locais — exige diferenciação clara.
Custos logísticos, frete, combustível, condições climáticas e tráfego urbano podem afetar desempenho nos novos mercados.
Regulação municipal/estadual (leis trabalhistas, regulamentações de delivery, condições para entregadores) pode variar muito, o que dificulta padronização.

Perspectivas futuras

Se a 99 cumprir esse cronograma, poderá se consolidar como alternativa real ao iFood em muitas cidades médias, abrindo espaço para uma disputa mais equilibrada no setor de delivery no Brasil.
A pressão por melhores condições para entregadores deve aumentar, com políticas públicas e regulamentos de trabalho mais claros, o que pode beneficiar o setor como um todo.
Inovações logísticas, uso de veículos elétricos, pontos de apoio, eficiência de rota serão decisivos para determinar quem vai se destacar em custo e serviço.

Conclusão

O investimento de R$ 2 bilhões da 99 no 99Food até junho de 2026 representa não só uma aposta de expansão geográfica, mas uma tentativa de reposicionamento em um mercado de delivery extremamente competitivo.

Para consumidores, restaurantes e entregadores, há boas oportunidades, mas não faltam desafios práticos.

Se a empresa conseguir entregar qualidade, cumprir promessas, manter taxas competitivas e oferecer suporte real aos entregadores, poderá alterar o jogo no setor de delivery no Brasil.

O sucesso vai depender mais da execução do que do valor investido — que, embora alto, é apenas parte da batalha.

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