Ford prevê perda de US$ 19,5 bilhões e interrompe produção da F-150 Lightning
A Ford Motor Company anunciou um recuo dramático em sua estratégia de carros elétricos, refletindo uma das maiores revisões de rumo na indústria automotiva dos últimos anos.
A montadora informou que registrará um encargo contábil de US$ 19,5 bilhões (cerca de R$ 95 bilhões) relacionado à redução dos planos para veículos elétricos — especialmente em modelos de grande porte — e à interrupção de linhas que não mostraram viabilidade financeira imediata.
O que está acontecendo
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A Ford decidiu reduzir drasticamente seus planos para veículos elétricos (EVs), diante de uma demanda menor do que o esperado pelos consumidores e mudanças recentes nas condições de mercado e políticas públicas.
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O impacto financeiro dessa mudança será registrado principalmente no 4º trimestre de 2025, com grande parte do encargo já contabilizado nesta etapa.
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Mesmo com essa baixa contábil, a empresa revisou para cima sua previsão de lucro operacional ajustado para 2025, estimando cerca de US$ 7 bilhões antes de juros e impostos.
F-150 Lightning: produção interrompida
Um dos efeitos mais visíveis dessa mudança é a interrupção da produção da picape elétrica F-150 Lightning.
A Ford confirmou que a produção do modelo foi suspensa em outubro de 2025 e ficará paralisada por tempo indeterminado.
Não foi divulgada uma data precisa para retomar a produção da nova versão.
A F-150 Lightning — lançada em 2022 com grande expectativa — não atingiu níveis de vendas que compensassem os altos custos de produção e diminuição de subsídios, o que contribuiu para a decisão.
Mudança estratégica: nem tudo está morto
Embora a Ford esteja recuando de alguns projetos elétricos, a empresa não abandonou a eletrificação por completo:
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A próxima geração da picape F-150 seguirá em desenvolvimento com configuração híbrida ou “extended-range”, que combina motor elétrico com um gerador a gasolina para estender autonomia.
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A montadora também vai redirecionar investimentos para híbridos, veículos com alcance estendido e modelos elétricos mais acessíveis, com previsão de lançamento em 2027.
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Parte da capacidade de produção de baterias será convertida para armazenamento de energia e outras aplicações industriais, diversificando a atuação da empresa.
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A meta da Ford continua sendo ter cerca de 50% do seu volume global composto por híbridos e elétricos até 2030, acima dos atuais 17%.
Por que isso está acontecendo
A decisão da Ford reflete uma combinação de fatores:
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queda na demanda por EVs nos EUA, especialmente após o fim de incentivos fiscais que reduziam o custo final aos consumidores;
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custos elevados de produção e desafios de margem que estão dificultando a lucratividade de modelos elétricos de grande porte;
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mudanças na política americana, com redução de estímulos e foco em combustíveis fósseis sob o governo atual;
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necessidade de realinhar recursos para segmentos onde a Ford tem vantagem competitiva consolidada — como picapes e utilitários a combustão e híbridos.
Impactos possíveis
Este movimento da Ford pode ter efeitos em toda a indústria automotiva global:
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outras montadoras americanas também estão ajustando suas projeções para EVs, reforçando híbridos e veículos tradicionais;
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investidores estão reagindo com cautela, embora muitos analistas vejam valor no foco em rentabilidade e não apenas em volume de produção;
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consumidores podem se deparar com menos modelos elétricos de grande porte nos próximos anos nos EUA e uma aceleração do mercado híbrido.
FOTO: INTERNET
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