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Crise no mercado de flores e decoração faz empresários de Divinópolis se reinventarem

Crise no mercado de flores e decoração faz empresários de Divinópolis se reinventarem

Eventos e festas são algumas das atividades que tiveram que ser suspensas para evitar a disseminação do coronavírus, resultando na queda das vendas do setor.

 

Em meio à pandemia de Covid-19, o mercado de flores e decoração em Divinópolis teve que se reinventar por causa da crise provocada pela proibição de eventos, que é uma das medidas impostas para conter o avanço do coronavírus. Assim como restante do estado, a maior cidade do Centro-Oeste de Minas está na Onda Roxa, fase mais restritiva do programa Minas Consciente.

Nesta fase, não é permitida a realização de festas e nem eventos como os casamentos, festas de debutantes e coquetéis. Eram exatamente nestas ocasiões que floriculturas faturavam com a venda de ornamentações florais feitas diretamente para os idealizadores de eventos e também para decoradores.

Dentro deste cenário, as crises crescem em cadeia: se os decoradores não organizam festas, logo, eles não compram de floriculturas; e se as floriculturas não vendem, elas não compram dos produtores.

G1 conversou com empresários deste setor em Divinópolis para entender como o mercado tem feito para sobreviver na atual situação.

Na floricultura de José Couto, por exemplo, eram vendidas cerca de 50 porções de rosas, lírios e outras flores usadas em arranjos semanalmente. Com as restrições, esse número despencou e, no momento, se ele só consegue vender em média cinco arranjos.

 

A queda brusca que fez com que ele voltasse à venda de vasos de plantas para supermercados, que revendem as plantas como as samambaias. Pelo menos assim, ele não teve que fechar a empresa.

 

“É um momento que se a gente não mudar o alvo a gente se perde e acaba tendo que fechar as portas. Essa foi uma maneira que eu encontrei de me manter de pé. Além disso, reduzi muito as compras dos fornecedores. Não dá para ficar com estoque que perde tão rápido. Seria perder dinheiro”, destacou.

O decorador Giordano José teve que cancelar muitas encomendas com o fornecedor de flores para os constantes eventos que produzia. Cancelar encomenda significa deixar de comprar de um fornecedor, resultando em queda na produção.

Na tentativa de tentarem escapar da crise, Giordano, assim como muitos empresários, lançou mão de outros nichos de mercado. Com um grande acervo de utensílios para eventos, ele separou 30%, e os outros 70% estão disponíveis para locação para recepções intimistas, já que o momento não o permite trabalhar com as flores.

“Eu tive que me reinventar para manter minha empresa aberta. Pensei nesta locação e tem dado muito certo. Mesmo sem festas grandiosas, as pessoas fazem as locações para poderem recepcionar grupos pequenos de pessoas em casa e meus utensílios garantem mais glamour a esses momentos”, destacou.

Nesta mesma linha está a produtora Heleonora Rosa, que tem uma pequena produção de copos de leite e outras espécies de plantas. Com a queda nas vendas por causa da pandemia, ela passou a se dedicar à venda de mudas de hortaliças, porque as pessoas estão mais em casa e, consequentemente, cultivando algumas ervas e temperos para consumo próprio.

“Eu vendia muitas plantas e flores, usadas em casa mesmo, mas as pessoas não estão comprando com antes e, por isso, eu tive que mudar meu ramo e passei a cultivar mudas de hortaliças e ervas. Tem dado muito certo”, destacou.

A administradora Alessandra Camargos é uma das pessoas que parou de comprar flores e passou cultivar um horta vertical em casa com hortelã, manjericão, pimentas e cebolinhas.

“Não vou mentir que comprava muito em floriculturas algumas flores para casa, mas com essa crise, estou dando preferência ao que é para consumo”, pontuou.

FONTE: G1/Anna Lúcia Silva

FOTO: Giordano José/Divulgação

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