A deterioração do cenário econômico fraco limita a perspectiva positiva para o setor de shoppings, o que motivou JP Morgan a diminuir o preço-alvo médio para o setor em 12% ao final deste ano.

Apesar dessa queda, o valuation ainda justifica a recomendação “overweight”, equivalente à compra.

Em um relatório divulgado nesta quinta-feira, 16, o banco explicou que os ajustes nas estimativas para os shopping centers brasileiros refletem os dados do primeiro trimestre, que mostraram um aumento de 10% no custo do capital próprio, impactado pela recente deterioração do cenário macroeconômico brasileiro.

Para quem pensa em investir em empresas do setor de shoppings, é importante considerar que, de acordo com o analista Marcelo Motta, a deterioração é decorrente da revisão da projeção da taxa básica de juros, a Selic, cuja taxa terminal prevista aumentou de 9,5% para 10,5%.

Além disso, taxas reais de 10 anos mais altas e uma inflação esperada de 3,7%, ante 3,5% no início do ano, também pesam negativamente.

“Em nossa opinião, esta deterioração recente já está precificada, uma vez que as ações de shoppings caíram 13-17% no acumulado do ano, contra um recuo de 5% do Ibovespa”, afirmou Motta, observando que as ações estão negociadas a um spread de cerca de 230-470bps a taxas reais de 10 anos.

Os indicadores do segundo trimestre também devem ser impactados pelas recentes enchentes no estado do Rio Grande do Sul, que deverão afetar negativamente o consumo na região e reduzir o crescimento do PIB do Brasil.

Por isso, JP Morgan prefere, neste momento, ações de construtoras ao invés de shoppings.

Dentro do setor de shoppings, o banco prefere Allos (BVMF:ALOS3) devido à sua estratégia de M&A, seguida por Iguatemi (BVMF:IGTA3) e Multiplan (BVMF:MULT3).

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