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Campanha #CucaNão gera dúvida interna, mas Atlético-MG ouve juristas

Condenação do treinador por envolvimento sexual com uma menor de idade em 1987, na Suíça, faz com que uma parcela da torcida proteste sobre contratação.

Internamente, desde que as conversas com Renato Gaúcho esfriaram, o Atlético-MG tem Cuca como alvo para assumir o comando técnico. A notícia, porém, desagradou a uma parcela da torcida, que, nas redes sociais, tem se manifestado de forma contrária à contratação. Isso gerou uma insegurança no clube para dar sequência ao acordo, o que está quase superado.

O protesto da parcela da torcida contrária ao acerto com Cuca tem a ver, principalmente, com um episódio em que o técnico esteve envolvido em 1987, na Suíça, ainda como jogador. Durante uma excursão do Grêmio à Europa, Cuca (então meia), o goleiro Eduardo Hamester, o atacante Fernando Castoldi e o zagueiro Henrique foram acusados de terem tido relação sexual com uma menina de 13 anos.


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A jovem se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio no hotel em que estavam concentrados e, segundo a acusação, a menina foi puxada para dentro. O então vice jurídico do Grêmio, Luiz Carlos Martins, o Cacalo, afirmou que apenas um dos jogadores teve relação sexual com a jovem, de maneira consentida. Porém, a lei previa que a relação seria estupro presumido, pela idade da menina.

Após quase um mês detidos em Berna, os quatro jogadores foram liberados. Dois anos depois, em 1989, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca deu sua versão sobre o assunto pela primeira vez ao blog da Marília Ruiz, do Uol, nessa terça-feira. Ele diz inocente.

“Eu jamais toquei numa mulher indevidamente ou inadequadamente” – Cuca.

A hashtag #CucaNão foi muito repercutida nos últimos dias, contrastando com torcedores que defendem #CucaSim. Internamente, segundo apurou o ge, a maioria da cúpula atleticana e de conselheiros ouvidos no processo é favorável ao retorno do técnico campeão da Libertadores em 2013. A palavra de conselheiros juristas, renomados em Minas Gerais, foi seriamente considerada pelo presidente.

Um desses conselheiros é o desembargador Alexandre de Carvalho. Na noite desta quarta-feira, vazou na internet uma captura de tela de uma conversa dele com o presidente Sérgio Coelho. Nela, o desembargador argumenta de forma contrária ao “linchamento moral de poucos pela internet” e defende que não há pena perpétua no Brasil, defendendo a contratação de Cuca. Sérgio Coelho sinaliza que o conselho foi importante e ressalta o desejo de fechar com o treinador (veja acima).

Agora, com o retorno de Cuca muito próximo de ser oficializado, o Atlético se planeja no que diz respeito ao posicionamento do clube nos dias seguintes ao acordo. Apesar de a posição interna ser #CucaSim, quase que de forma unânime, o #CucaNão que ecoa externamente causa, sim, insegurança.

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