Varejistas acusam Shopee, Shein e AliExpress de venderem produtos proibidos
Varejistas brasileiros estão acusando plataformas de comércio eletrônico estrangeiras que operam no país de vender produtos restritos ou proibidos, colocando a saúde dos consumidores em risco.
A denúncia foi feita em um relatório encomendado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Formol puro 37%, álcool 92,8º, clareadores dentais e kits para escova progressiva com formol são alguns dos itens com venda proibida ou uso restrito encontrados nos e-commerces denunciados.
Também foram mencionados produtos de eficácia não comprovada, como remédios para câncer de bexiga, garrafadas para engravidar e sprays antifumo.
Esses e outros produtos não regularizados estariam à venda em lojas online como AliExpress, Shopee e Shein, segundo o levantamento encaminhado ao Instituto Brasileiro de Peritos (IBP/IBPTech). O objetivo é verificar se há descumprimento de normas do Inmetro, Anvisa e Anatel.
Ainda conforme o IDV, as varejistas asiáticas não têm critérios rigorosos para o cadastro de vendedores, transformando-se em um “camelódromo virtual”.
Além disso, a entidade afirma que propagandas enganosas, abusivas e de promoção de produtos falsificados são veiculadas livremente nos marketplaces.
Empresas se pronunciam
Procuradas pela reportagem, a Shein e a Shopee afirmaram que orientam os vendedores quanto à necessidade de seguir as leis do país e que, em casos de descumprimento das normas, os produtos podem ser removidos de suas plataformas após investigação.
Em nota ao TecMundo, o AliExpress afirmou que “não tem conhecimento, nem foi informado oficialmente sobre o documento em questão”.
O AliExpress também reforçou que não foi contatado “pelas autoridades para prestar esclarecimentos a esse respeito”.
“A empresa mantém um diálogo aberto e transparente com as autoridades reguladoras e trabalha em conformidade com as leis dos países onde atua, exigindo o mesmo de seus vendedores, conforme estabelecido nas regras do marketplace.
O AliExpress possui um sistema de denúncias em seu site, disponível para todos os usuários.
Além disso, a empresa monitora ativamente o marketplace e utiliza ferramentas para identificar listagens de produtos, vendedores e usuários que violam as regras do marketplace.
Em caso de violação de regras, os vendedores podem ser penalizados e até mesmo excluídos permanentemente do nosso marketplace”, afirmou a empresa.
O material com o resultado da perícia foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), após uma tentativa de entrega do conteúdo aos órgãos reguladores no final do ano passado, que terminou sem sucesso.
O IDV agora aguarda uma reunião com a PGR. Apesar de o relatório citar apenas as plataformas asiáticas, outras varejistas, incluindo uma nacional, também estariam vendendo produtos proibidos, conforme destaca a Folha.
De acordo com o jornal, Mercado Livre e Magazine Luiza comercializam itens como o formol 37%, restrito desde 2009.
Ambas disseram que retiram os anúncios do ar se houver inconformidade, após denúncia e análise de cada caso, podendo ocorrer o banimento do vendedor se comprovada a irregularidade.
FOTO: INTERNET
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