Taxas de Juros Disparam

Taxas de Juros Disparam com Falta de Perspectiva sobre Pacote Fiscal e Pressão do Câmbio

Taxas de Juros Disparam com Falta de Perspectiva sobre Pacote Fiscal e Pressão do Câmbio

Os juros futuros encerraram a sexta-feira em forte alta, pressionados pela ausência de clareza quanto ao anúncio do pacote fiscal de corte de gastos do governo.

A situação foi agravada pela notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará em viagem à Europa na próxima semana.

Com isso, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) chegaram a subir mais de 30 pontos-base nas máximas, com quase toda a curva acima de 13%, impulsionada pelo dólar que se aproximou de R$ 5,90 e pela alta dos Treasuries longos.

O DI para janeiro de 2026 fechou em 13,08%, ante 12,80% na quinta-feira, enquanto o contrato para janeiro de 2027 terminou em 13,23%, de 12,96%.

Já o DI para janeiro de 2029 registrou taxa de 13,22%, comparado a 12,97% na véspera. “O mercado está aguardando uma resposta, mas há uma total falta de senso de urgência no governo.

Atrás da realidade política, há uma realidade econômica que não pode ser ignorada”, afirmou Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo.

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A expectativa era de que o pacote fiscal fosse revelado logo após as eleições, mas até agora não houve divulgação, com a equipe econômica mantendo as propostas sob sigilo.

Mathias especula que as medidas podem estar prontas, aguardando aprovação do presidente Lula, mas emperradas por questões políticas.

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Ele também sugere que a viagem de Haddad pode ser uma forma de pressionar outras áreas do governo, destacando os custos da demora.

No entanto, Mathias acredita que, eventualmente, Lula agirá de maneira pragmática para garantir estabilidade.

Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, destacou no LinkedIn que as expectativas criadas pela promessa de um pacote fiscal relevante aumentaram a incerteza devido à falta de anúncio.

Ela alerta que essa situação pode levar a um cenário de “profecia autorrealizável”, com pessimismo afetando o investimento, o consumo e o comportamento de risco, resultando na deterioração dos ativos financeiros.

Com o dólar fechando em R$ 5,8694, o nível mais alto desde a pandemia, aumentam as preocupações com a inflação e a ancoragem das expectativas.

A curva de juros agora precifica uma Selic acima de 13,5%.

O mercado entrará na próxima semana em um contexto de alta volatilidade, com foco na eleição americana e nas reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

A manhã de sexta-feira até trouxe algum alívio, com o fraco payroll dos Estados Unidos revelando a criação de apenas 10 mil vagas.

Contudo, ao longo do dia, o rendimento da T-Note de dez anos subiu, impulsionado por outros dados econômicos e pelo índice PMI de outubro, que apontou avanço inesperado no componente de preços pagos.

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À tarde, a taxa dos Treasuries atingiu novas máximas, com o mercado se ajustando à possibilidade de uma vitória de Donald Trump, fechando em 4,384%, a maior desde julho.

FOTO: INTERNET

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