Polishop Vai se Levantar?

Polishop Vai se Levantar? Recuperação Judicial Aponta Dívidas de R$ 352 Milhões

Polishop Vai se Levantar? Recuperação Judicial Aponta Dívidas de R$ 352 Milhões

A Polishop, famosa pelo icônico “ligue 1406” e produtos inovadores, está enfrentando um momento crítico.

A mudança nos hábitos dos consumidores e a concorrência acirrada do comércio eletrônico resultaram em grandes perdas para a empresa, culminando em um pedido de recuperação judicial.

Fundada em 1995 por João Appolinário, a Polishop conquistou o público com produtos como as facas Ginsu e as meias Vivarina, promovidos em comerciais noturnos.

Nos anos 2000, a empresa se reinventou, expandindo para a internet e o varejo físico, aumentando sua rede de lojas e diversificando seu portfólio.

No entanto, a crise pós-pandemia foi devastadora, levando a empresa a acumular R$ 352 milhões em dívidas e solicitar recuperação judicial em maio deste ano.

 Queda e Reestruturação

Antes da pandemia, a Polishop operava mais de 300 lojas físicas. Esse número foi drasticamente reduzido nos últimos anos:
– Em 2023, a empresa contava com 120 unidades, muitas sob risco de despejo.
– Atualmente, restam apenas 49 lojas em funcionamento.
– Nos últimos dois anos, aproximadamente 70% das lojas foram fechadas.

Para cortar custos, a Polishop também reduziu seu quadro de funcionários de 2.532 antes da pandemia para cerca de 500 atualmente.

No pedido de recuperação judicial, os advogados da Polishop solicitaram a exclusão dos outros negócios de Appolinário, como a venda de franquias e garantia estendida dos produtos, dos trâmites do processo.

 Dívidas e Credores

Dos R$ 352 milhões em dívidas, R$ 349 milhões são com instituições financeiras e grupos de mídia, e R$ 3 milhões em débitos trabalhistas e com microempreendedores.

Na lista de credores estão:
– BMP Money: R$ 26,6 milhões
– Banco do Brasil: R$ 24 milhões
– Zurich Seguros: R$ 21 milhões
– Wiz Corretora de Seguros: R$ 16,4 milhões
– Bradesco: R$ 11 milhões
– Itaú: R$ 9,5 milhões
– Banco Original: R$ 4,5 milhões
– Banco Safra: R$ 5,1 milhões

Entre os fornecedores:
– Versuni: mais de R$ 15 milhões
– Conair: cerca de R$ 8 milhões

Plataformas de mídia:
– Google: R$ 5 milhões
– Elemidia e Eletromidia: mais de R$ 1 milhão
– Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp)
– Bytedance (TikTok)
– Sky
– RedeTV

Futuro da Polishop

A recuperação judicial permite à Polishop negociar condições para quitação das dívidas e reestruturação das atividades empresariais, protegendo seu patrimônio de ações dos credores.

A empresa já adotou medidas de reestruturação, como um aporte de R$ 50 milhões e abertura do plano de franquia de lojas.

A expectativa é que, após o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, deferir o pedido, a Polishop apresente seu plano de recuperação aos credores dentro de 60 dias.

Análise de Especialistas

Carol Sanches, analista de varejo da Levante Investimentos, destacou que a redução no número de lojas físicas é uma tendência diante da competição dos e-commerces estrangeiros, como a Shopee.

Ela citou fatores como juros altos, inflação elevada e a renda pressionada do consumidor como contribuintes para a crise.

Rodolfo Fontana, advogado da Tepedino, Berezowski e Poppa Advogados, afirmou que medidas de saneamento já estão em andamento.

Bruno Boris, especialista em recuperações judiciais, ressaltou que a recuperação judicial é um instrumento de auxílio ao empresário, mudando a percepção do mercado sobre as empresas em recuperação.

Conclusão

A Polishop enfrenta um caminho árduo pela frente, mas a recuperação judicial pode ser uma oportunidade para reorganizar suas operações e negociar suas dívidas.

O mercado acompanhará de perto os próximos passos da empresa, que já foi um ícone de inovação no varejo brasileiro.

 

PUBLICIDADEDIVINOPOLIS AUTOMATICO

VEJA TAMBÉM:

5/5 - (1 vote)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

9 − 2 =