Espanha entra em situação crítica com UTIs no limite
A situação da pandemia na Espanha é crítica.
Os hospitais ultrapassaram o limite de 30.000 pacientes internados e 40% dos leitos de UTI estão ocupados com pacientes com covid-19.
O número de contágios bateu um novo recorde no fim de semana, com 93.882 casos notificados.
A taxa de incidência também atingiu o ponto mais alto: 884 casos para cada 100 mil habitantes.
Se a tendência atual continuar, a Espanha se aproximará de uma taxa de incidência de 1.000 novos casos por 100.000 habitantes nos próximos dias.
O valor é 40 vezes maior do que a meta estabelecida pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, em outubro.
O governo deve decidir, nos próximos dias, como enfrentar a situação, que ainda pode ser agravada pela ameaça de novas cepas.
Na 2ª feira (25.jan.2021), Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alerta e Emergência do Ministério da Saúde, alertou que mais medidas de controle devem ser “acordadas em algumas comunidades”, mas não especificou quais seriam ou em quais áreas.
Uma nova reunião será realizada na 4ª feira (27.jan). O
governo analisa atender alguns dos pedidos rejeitos anteriormente pelo ministro da Saúde, Salvador Illa.
Entre eles, antecipar o toque de recolher ou impor um confinamento geral.
Também há uma discussão sobre como aumentar a fiscalização para que as restrições sejam efetivamente aplicadas.
Simón afirmou que muitas comunidades já estão em confinamento domiciliar, mesmo que mantenham escolas, lojas não essenciais e bares abertos.
Ele acredita que as medidas atuais precisam ser reforçadas porque não serão suficientes para diminuir o número de contágios, e é preciso fazer isso rapidamente por causa da situação dos hospitais.
“As UTIs não aguentam muito mais pressão”, disse.
Nove comunidades autônomas, incluindo todas as mais populosas, excedem 30% de ocupação nas UTIs com pacientes de coronavírus.
Sete excedem 40%, com Catalunha e Madri já chegando aos 50%.
La Rioja é a comunidade com o maior número, 64% dos internados nas UTIs têm covid-19.
Na 1ª onda da pandemia, a Espanha teve um dos confinamentos mais restritivos do mundo.
Mas a volta de serviços e do turismo em julho contribuiu para a 2ª onda, e o país foi forçado a introduzir um novo estado de emergência em outubro.
A pandemia evidenciou a falta de coordenação entre o governo central e autoridades regionais, o que, de acordo com especialistas, ajudou na proliferação do vírus ao confundir a população sobre as medidas de prevenção.
No total, desde março, o país registrou 2.697 milhões de contágios e 56.000 mortes.
FONTE: Poder360
FOTO: Beatriz Roscoe