Economia Brasileira: Avanços Técnicos Mas Alertas Estruturais
A economia do Brasil apresentou crescimento no primeiro trimestre de 2025, com números que indicam recuperação em alguns setores.
No entanto, sob uma análise mais crítica, surgem sinais de alerta que não podem ser ignorados por investidores, consumidores e formuladores de políticas públicas.
🔍 Crescimento do PIB: Avanço Limitado por Fragilidades
Segundo o Monitor do PIB da FGV, o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2025, comparado ao último trimestre de 2024, e 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O acumulado em 12 meses alcançou 3,5%.
➡️ Ponto positivo: Expansão puxada pelo setor agropecuário, com crescimento de 12,2%, devido a uma safra recorde de soja.
⚠️ Ponto crítico: Esse crescimento é setorialmente concentrado. A indústria segue praticamente estagnada, refletindo o alto custo do capital, burocracia e baixa produtividade. A indústria de transformação, essencial para empregos de maior qualidade, apresenta retração.
🏦 Crédito em Alta, Mas com Risco
Mesmo com a Selic ainda em dois dígitos, o consumo avançou, apoiado por linhas de crédito mais acessíveis. Em março, o varejo restrito cresceu 0,8% e o varejo ampliado 1,9%.
➡️ Ponto positivo: O crédito ajudou a impulsionar o comércio.
⚠️ Ponto crítico: Quase 50% dos brasileiros estão inadimplentes, segundo o Serasa. A inadimplência elevada gera risco de bolha de consumo e dificuldade de recuperação no médio prazo.
📉 Inflação Fora da Meta e Pressão nos Juros
A projeção de inflação para 2025 subiu para 5%, acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já sinalizou manutenção de política monetária restritiva para tentar conter o avanço dos preços.
➡️ Ponto positivo: O Banco Central ainda goza de credibilidade no combate à inflação.
⚠️ Ponto crítico: A alta persistente da inflação e a resistência em reduzir a Selic afetam diretamente o investimento e o consumo de longo prazo.
📊 Bolsa em Alta, Mas com Descolamento da Economia Real
O Ibovespa rompeu a marca dos 140 mil pontos, impulsionado por expectativas de cortes de juros no exterior e entrada de capital estrangeiro.
➡️ Ponto positivo: Otimismo do mercado e valorização de empresas exportadoras.
⚠️ Ponto crítico: Esse movimento não reflete a realidade da economia interna, onde o desemprego estrutural e o endividamento persistem. A alta da bolsa beneficia uma minoria, enquanto o poder de compra do consumidor médio permanece pressionado.
📉 Alerta Final: Crescimento com Base Frágil
A revisão da projeção do PIB para 2,4% em 2025, feita pelo Ministério da Fazenda, traz um sinal positivo, mas sustentado por variáveis de curto prazo. Não há até o momento reformas estruturantes em andamento — como tributária, administrativa ou de produtividade — que assegurem um ciclo de crescimento sustentável.
✅ Conclusão
O Brasil dá sinais técnicos de recuperação econômica, mas essa retomada é frágil, desigual e baseada em fatores transitórios. O consumidor está endividado, a indústria está parada, e a inflação ameaça corroer os ganhos.
Para que o país decole de forma sólida, é necessário avanço em reformas, estímulo à produtividade e combate efetivo à inadimplência das famílias.
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FOTO: IA
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