“Alerta Econômico: Prévia do PIB sinaliza desaceleração e mercado prevê cenário desafiador para 2023”
De acordo com o Índice de Atividade do Banco Central, a economia encerrou o ano de 2022 sem fôlego, evidenciando os efeitos do aperto monetário na atividade econômica.
A economia brasileira encerrou o ano de 2022 em ritmo semelhante ao esperado pelos economistas para os próximos meses, sob o efeito da taxa de juros elevada. Segundo o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), a economia registrou queda de 1,46% no último trimestre do ano em relação ao trimestre anterior.
Embora o IBC-Br tenha apresentado alta de 0,3% em dezembro, os especialistas consideram esse aumento pontual e apontam para uma tendência de desaceleração – o índice já havia caído nos quatro meses anteriores a dezembro. O impacto do aperto monetário se fez sentir na atividade econômica do país, indicando um cenário desafiador para os próximos meses.
Rodolfo Margato, da XP, destaca que, ao invés de considerar um dado pontual como o de dezembro, é preferível fazer uma avaliação de tendência de curto prazo, e que houve uma desaceleração significativa na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022. O economista também enfatiza que a alta em dezembro não compensou as quedas registradas nos meses anteriores.
Já Gabriel Couto, do Santander, afirma que a desaceleração da economia está relacionada ao início dos efeitos da política monetária mais contracionista, afetando negativamente o varejo e a indústria. Segundo dados do IBGE, as vendas no comércio varejista apresentaram queda de 2,6% em dezembro, a segunda consecutiva, enquanto a produção industrial ficou estável e o volume de serviços cresceu 3,1%.
A manutenção da taxa de juros em patamares elevados deve continuar a travar o crescimento econômico no Brasil. O Santander estima um avanço de apenas 0,8% do PIB em 2023. De acordo com Couto, economista do banco, o crescimento fraco será impulsionado principalmente pelo agronegócio, com previsão de avanço de 7,5% no ano, enquanto o restante da economia, mais dependente da taxa de juros, deve sofrer.
A XP, por sua vez, projeta uma expansão de 1% para a atividade econômica em 2023, mas Margato destaca que há um viés de alta. Segundo o economista, o PIB pode ficar entre 1% e 1,5%, impulsionado por um resultado melhor do que o esperado na safra agrícola e por um aumento das exportações, especialmente com o fim da política de covid zero na China.
Após a divulgação do IBC-Br na quinta-feira, 16, o Bank of America (BofA) reiterou sua estimativa de crescimento do PIB em 0,9% para este ano. Embora a leitura tenha sido melhor do que o esperado, o banco destacou que o segundo semestre de 2022 aponta para uma desaceleração em comparação com o primeiro semestre, o que reforça a visão de que esses números afetarão 2023, com uma trajetória mais suave do que no ano anterior. O chefe de economia para o Brasil e estratégia para a América Latina do (BofA), David Beker, afirmou que os efeitos do aperto monetário já podem ser percebidos na queda de concessão de crédito pelos bancos.
Foto: Taba Benedicto
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